Uma mão cheia de nada
Numa outra coisa nenhuma
Uma alma penada
Deambulando na bruma
Um dia que passa fugaz
Num ser que não e audaz
Uma louca procura de paz
Num corpo que jaz…
Tanta beleza, tanto afecto
Num pobre ser sem tecto
Tanto mundo e nenhum destino
O paradeiro é o beco assassino
Tanta rara complexidade
Numa estranha simplicidade
Que é esta verdadeira realidade
Uma insana crueldade
Um desapego, alguém que ali está
E que para nenhum lado vá…
Que espere pelo dia final
Apenas é um pobre ser marginal
Um fantasma de alguém
Que agora espera por ninguém
É corrompido por esta acidez
Por esta metódica malvadez
Por esta formatação da mentalidade
Que o que está a mais e para deitar fora
Nesta sociedade que esquece o que implora
Que aniquila o fraco por leviandade
Pelo outro não há compaixão
Que fique enterrado debaixo do chão….
Pedro Gomes
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