Sob Pressão (2º parte)
Estou a naufragar
Por este imundo mar
A corrente é forte
Não há nada que a suporte
Nesta pressão social
Que de tão irracianal
Chega a ser banalizada
Como que já ensaiada
Eu procuro o meu caís
Mas só oiço outros “aís”…
E lá vou eu novamente
Chego a ficar demente!
Tento em mim me fechar
Para me tentar safar
Mas nem sozinho
Consigo andar pelo meu caminho
Lá vem a pessão
Para iludribriar a razão
Depois causa esta confusão
O pobre do coração
É confundido e para lá é remetido
A emoção fica para segundo plano
E por vezes lá caí o pano
E a fachada fica a vista
Não há ser que resista
Tento disfarçar para não preocupar
Mas ainda assim não tenho tanto cinísmo
Apesar de rodeado por este egoísmo
Sei que por ele também sou levado
Enfim…!Por isto tudo sou moldado
Por isso não me encontro
E ando neste desencontro
Tenho-me achar
Mas lá vem ela me chamar
Tento-me de tudo afastar
Mas ela quer-me agarrar
Serei um escravo social?
Ou um domesticado animal?
Preciso de escrever
Para alguma coisa saber
Nestas frases a rimar
Lá estou eu a contra-remar
A sair do normal para voltar a caír
Sou tolo ou burro
Mas é a pressão que empurro
Nesta abstração
Da razão e o coração
Sou tão transparente
Como uma fina lente
Mas sei que quando parar
Vou para o real voltar
Ainda assim sob pressão
Por vezes lá consigo um sossego
E já posso descansar o coração
E revelar o meu verdadeiro ego
Pedro Gomes
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