Aromas de estrume e lama
Dormi com eles na cama
Tive a mesma condição
Mas não aceitei a rendição
Fui lixo de estrada
Qual alma errada
Rejeitado por este mundo
Fui até um ser imundo
Hoje sou pássaro que voa
Um barco sem proa
Um ser glorificado
Que um dia fui injustiçado
Da berma à glória
Até a fama irrisória
Hoje sou um tudo
Um tudo de nada
Sou agora aromas de incenso
Mas ainda assim em ti penso
Tu que és um ser de nada
Apenas uma alma que quer ser amada
Fui ter à mesa redonda
Beber da tua taça que ronda
Esse vinho puro, agreste
Que um dia tu me deste
Sei que este altar é vão
Como um vento de verão
Tudo pode desmontar
E na lama voltar a estar
Sei que ainda aí estás
Nesse altar atrás
Para me acolher
Quando eu descer
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