Vida feita de caminhos que se cruzam
Feita de pessoas que se usam
Feita de múltiplos acasos
E no meio de tantos casos
Por vezes encontramos felicidade
E queremos viver com toda intensidade
Nesses caminhos que cruzamos
Por vezes ousamos
Tentamos um caminho mais curto
Mas logo encontramos um beco sem saída
E logo entramos num estranho surto
E damos a vida como esvaida
Usamos as pessoas para nos reerguer
Mesmo sem o nosso ciente querer
La nas nossas profundezas
Queremos limpar as impurezas
Por isso procuramos um porto de abrigo
Mesmo que por vezes seja o maior perigo
Nesta intensa busca pela felicidade
O santo graal de todo este labirinto
Tantas vezes perdemos a nossa identidade
E enchemos o copo com puro absinto
Procurando atenuar as nossas dores
Ali procuramos os nossos louvores
Esta entranha forma de ser
Esta ansia de viver
Em tantas encruzilhadas
Em tantas tentativas falhadas
Sempre em busca de algo
Na ambição de ser fidalgo
Viver a perfeição
Esquecemos a nossa ressurreição
O absinto chega num auge
E já mais nada cura
Num derradeiro estruge
A razão cai sobre o surto
E vemos que errado furto
Era apenas mera ilusão
Procurar ali conforto para a desilusão
O caso era o caminho errado
A felicidade estará no outro lado?